sexta-feira, 27 de junho de 2008

De raízes e essência...


Tem momentos na vida da gente que o chão some.
Tudo perde o sentido. A atmosfera é outra. Por mais que a gente saiba que aquele dia é comum e mais um dia, parece que o mundo virou do avesso.
A nossa identidade fica embaçada, confusa e sem cor própria.
Bom, não é preciso mastigar mais essa informação, quem já passou por isso sabe do que estou falando.

Passei por isso há mais ou menos um ano e meio atrás.
E precisava me reencontrar, me recompor, me reciclar, renascer. Cavocar em mim minha essência. Recriar novas raízes.

É incrível como nestas horas, inevitavelmente nos apegamos à música. Meu Deus, como a gente ouve música quando quer se achar, se perder, se apaixonar, se purgar. Como é forte isso.

Bom... eu naquele momento comecei a pesquisar coisas novas. Baixar pela internet coisas antigas que eu só tinha nos meus amados e lendários discos de vinil, procurar novas vozes, novos timbres para a minha reciclagem. E foi nessa busca que encontrei esse músico aí. Na verdade foi procurando tudo o que eu podia encontrar de Zélia Duncan que encontrei o "tal" de Fred Martins.

Buscava Zélia Duncan porque sempre digo aos meus amigos: quer me conhecer? Escute TUDO de Zélia Duncan. As músicas ruins tu deleta, como deleta meus defeitos, e as boas, escuta várias vezes. Lê suas letras. Seu humor na escolha de repertórios, como do cd "Eu me transformo em outras". Aliás, indico a quem gosta de música brasileira da boa, rsss.

Pois bem, como se não bastasse descobrir que o tal do Fred era o autor de algumas músicas que eu amava da Zélia (e que nunca tinha me atinado de ler no cd), como "Flores" e "Hóspede do Tempo", descobri esta música aqui, que tornou-se um chá de essência, de raízes, para os dias que eu perco um pouco o prumo e preciso me energizar.

A letra já diz tudo. Mas se quiserem ter o prazer de conhecer um pouco mais deste músico (e porque não dizer, de mim), fiquem à vontade. Escutar esta música me lembrou uma música do Milton Nascimento chamada "Certas Canções" que diz: "certas canções que ouço/cabem tão dentro de mim/que perguntar carece/como não fui eu que fiz..." É o que sinto e o que senti ao ouvir esta música pela primeira vez.

Com licença, vou mergulhar um pouco em mim... aumente o som, e boa noite...

A Música Em Mim
de Fred Martins
com Fred Martins e Zélia Duncan

Há música em mim quando acordo cedo
A música em mim finge não ter medo
Há música em mim quando dói o dente
A música em mim age normalmente
A música em mim tenta ser discreta
Há música em mim quando fico quieta
(quando fico)
Há música em mim no congestionamento
A música em mim corre mais que o tempo
Trem bala na sala do meu apartamento
A música em mim refaz o dia
A música em mim me aplaude
Toda vez que eu sigo em frente
A música em mim parece um presente
(parece um presente)

terça-feira, 24 de junho de 2008

De opostos que me atraem...





Como um ator no camarim, me percebo, olho pra dentro de mim...

Não é tristeza... não é melancolia exatamente, é como um simples deslizar de pensamentos no céu nublado.

É buscar alimento dentro desta lógica singular.

Enxergar os rumos, perceber as barreira e vê-las não como dificuldades, mas como possibilidades, lembrando morpheus...

O clima cinza na cidade permite ver a vida como ela se mostra, sem máscaras, sem maquiagem... totalmente clean.

Não quero ser pessoal. Não hoje. Apesar de ser inevitável, visto a condição humana que me encontro. Apesar de estar refletindo sobre perdas e conquistas. Sobre o valor da amizade, de todos os tipo de amizade. Só vou dizer que sinto saudade de um anjo. Um anjo negro que partiu. Mas não quero a tristeza em mim. Não hoje.

Vou me embriagar destes sentimentos, transformá-los, como aprendi no palco que é possível acontecer.

E devolvê-los a mim, aos amigos, aos afetos... transformados e prontos para celebrar.

Hoje tem uma pequena francesa celebrando mais um ano de vida intensa... uma pessoinha cintilante e espevitada... festividades gastronômicas me aguardam...

Terceiro sinal... vou para a vida, celebrar. Me lambuzar de sorrisos e sentimentos. Testemunhar que a vida é uma festa.

Parabéns mon Petit! As cortinas vão se abrir! E que rufem os tambores!



sábado, 21 de junho de 2008

Olha lá... vem surgindo a noite vem...

Fernanda Petit e Cássio Schonarth em "A Canção de Assis"

Ah, como é bom...

Fazer arte e saber que não se está sozinho.

Jogar uma energia pra platéia e recebê-la de volta, transformada, fecundada, multiplicada e milhares de partículas de sentimentos...

Exagero? Não. Foi o que eu senti hoje à tarde na Canção de Assis.

Perfeito? Claro que não! Poderia, pode e sei que faremos cada vez melhor.

Mas é por isso principalmente que insisto nesta loucura de uma profissão de eterna insegurança, de todos os tipos que se pode ter. Por poder viver estes momentos de comunhão, de saber-se em cena respirando e pulsando junto com meus colegas de cena e de uma platéia inteira, de perceber esta platéia se deixando levar pelos caminhos que a tua história sugere, de ver crianças atentas e adultos se deixando ser crianças e se entregando a um sonho, se permitindo sonhar.

Hoje finalmente entrei em cena na Canção de Assis inteira. Pronta pra jogar, brincar, sonhar. A insegurança da estréia já tinha passado, a compreensão da linguagem foi absorvida, as orientações do diretor foram digeridas e metabolizadas. Amigos queridos na platéia, atores inteiros em cena, a casa bem mais cheia do que nos dias anteriores, vibração total.

O resultado, um espetáculo emocionado. Uma platéia idem.

Fico com a imagem da amiga Bel, que por indicação de outra amiga, a Letícia (que hoje assistiu pela terceira vez consecutiva na Canção!), foi conferir o trabalho... os olhos cheios de lágrimas e a expressão dela ao me abraçar no final, só me fez ter uma certeza: ela viu a Canção de Assis do jeito que eu tenho ela dentro de mim. Obrigada Bel, Lê, platéia, cancioneiros, Gilberto. Hoje foi muito especial.

E amanhã, última apresentação da temporada... Vamos arrasar?

Sim! Eu quero. Mais que arrasar, vamos nos encantar de novo? Sim! Eu quero muito!
Merda amanhã!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Leve, light e divertido...

Eis que hoje recebo um e-mail com muitas imagens divertidas, algumas delas compartilho com vocês aqui.

O dito e-mail intitulava-se "Lanchinhos para crianças japonesas".


Lembrei que quando eu era pequena - bem menor do que eu sou hoje, rsss - e chata para comer (sim eu já vivi uma época da minha vida que eu NÃo queria comer, rsss), tinha vezes que para eu comer alface por exemplo, a minha mãe enrolava a comida dita normal numa folha de alface para ver se brincando de comer "pacotinhos" eu ingeria pelo menos um tipo de verdura...

Deusulivre que paciência, que falta de laço!

Pior é que às vezes não funcionava de tão metida que eu era, hehehe...


Ai que saudades que eu tenho da boca fechada na minha vida, rsss...


Voltando ao e-mail de hoje, adorei as imagens e a criatividade dos japoneses mas... eu teria que mudar o título deste e-mail, pois em 5 segundo olhando os pratos já me ocorreram no mínimo 5 adultos já beeeeem crescidinhos que precisariam destes artifícios para comer as comidas que aqui estão, você se reconhece nesta lista de amigos? rsss...


É... o lúdico é o lúdico meu bem, já diria algum estudante de arte-educação, hehehe! E prestenção na imagem abaixo, um misto de almoço+sesta...afff...delícia....


Boa tarde e bom apetite a todos!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Loiros pensamentos em uma madrugada...

Turbilhão... de lembranças, de desejos, de... de "um tudo", como eu mesma diria, ou de "dois tudo, de três tudos, de muitos 'tudos", como também eu completaria, aproveitando o hábito meio insano de fazer piadas comigo mesma enquanto pessoa-ser-humano-criatura-e-indivíduo...

Pergunta no ar: Morar sozinha obrigatoriamente enlouquece as pessoas?

Resposta: Não Lu Bendati, só deixa as ditas cujas pessoas craques em monólogos!

Conclusão: Ah bom... Pensei que eu estivesse em surto...

Pensamento imediato: Olha que louco, mais um pouco neste post e eu já to escrevendo o próximo monólogo!

(clima da cena: tudo isto sendo digitado e a loira ao mesmo tempo que dá gargalhadas de si mesma, não pára de escrever pra não perder o fio da meada...)

Outra conclusão: Cara... eu não existo mesmo... que mulher louca deusulivre, vá de reto...

Descoberta: Madrugada é uma coisa muito "outro mundo" mesmo... esse silêncio todo - que não me atordoa, viu Chico Buarque? - faz a atmosfera ser tão outra e os pensamentos viajarem tão livres...

Comentário farsesco para a platéia: Nããããoooo!!!! A loira não está bêbada nem chapada nem nada do gênero... está só transformando em palavras os pensamentos... com licença? Obrigada.

Mas então onde eu estava mesmo? Ah, sim... com os pensamentos soltos no ar...

Sentimento: Ficar sozinha é bom? Em partes é. Ok, ok amigos que me conhecem... teria todo aquele manancial de bagaceirisse que eu diria imediatamente após a resposta mas... tirando a parte que é ruim e todo mundo sabe do que estou falando, principalmente no frio que se instalou aqui na capital gaúcha, ficar/estar sozinha tem um quê de interessante... De divagar sem medo e sem pressa... de se deixar levar por aí...

Sensação: Pára loira, tu tá realmente parecendo uma louca.

Explicação: Calma pessoas, poderia ser pior, eu poderia estar na TPM e tudo isto viraria uma catástrofe!

Pausa... Reflexão... Riso no canto da boca...

Dedução: Viu no que dá passar tanto tempo a mil por hora? Quando a pessoa volta à velocidade quinhentos, acha que qualquer tempo que sobra é sinônimo de ócio e improdutividade...

Relaxa loira... vai passar teus cremes, tomar um chá quentinho, ouvir um cd sentada na tua sala vermelha de bancos coloridos... Amanhã já tem batente de novo...

calma, workablondeholic... take it easy...

(thanks Leo Maciel, pelo english auxílio na madrugada, rss)...


segunda-feira, 16 de junho de 2008

Direto ao assunto.


Este é um post curto. Um qüestionamento. Sobre papéis mesmo.

O motivo: Fim-de-semana com temporada da Canção de Assis. Com público (Eba). Mas sem divulgação em um dos jornais mais "famosos" da capital. Mas não estava translotado. Talvez com mais divulgação estaria. E porque não saiu nem no roteiro deste jornal? Por falta de aviso, de release, de contato direto? Não. Por falta de algo que não defini ainda exatamente.

Seria dizer que nós não providenciamos 3 vias autenticadas em cartório com assinatura reconhecida. É quase isso.

Daí a pergunta: Não seria papel da imprensa ir atrás da informação? Não é o roteiro de espetáculos/cinema/música/eventos um serviço de utilidade pública? Não bastaria a divulgação do grupo chegar em uma redação com quatro dias de antecedência no máximo para constar na programação? Que política é essa que têm-se que rastejar, adular alguém para "merecer" um espaço numa mídia impressa???

Aff... Me abusei. Fico pasma. Como se não bastasse todos os malabarismos que fazemos para levar público ao teatro ainda temos esta batalha para travar.

Mas... que venha o próximo fim-de-semana. Que estaremos sempre a postos para a luta!



quinta-feira, 12 de junho de 2008

Um risco...


Era início dos anos 80, se não me falha a memória.

Eu sentada no DAIU, ou Bar da Filô(sofia), ou seja lá qual o nome que hoje remeta ao bar da UFRGS que fica ao lado da Faculdade de Educação e atrás da Sala Qorpo Santo. Eu tinha em torno de 13 anos, era estudante do Colégio de Aplicação e estava provavelmente ali matando aula. Procurava, com certo sabor de trangressão, alimentar um papel de ovelha negra da família.

Aquelas coisas de pré-adolescente que acha que alienação é tudo de bom, enfim, vai saber que outras bobagens eu pensava na época.

Pois foi ali, neste cenário que apareceu certo dia um cara. Loiro, olhos azuis, alto, cabelos longos. Tinha uma pilha de livrinhos de baixo do braço. Eram suas poesias. Abri o livro, li a primeira página. Dizia assim:

RISCO

Nessas folhas me entrego
e me sujeito a ser ferido.
São coisas pequenas de mim
que eu preciso sejam ditas,
sonhando ouvir respostas (ou ecos).
E se se alguém responder,
ou nos seus olhos ecoar
aflita a compreensão,
saberei sorrir (ou chorar),
só por saber que me entreguei
a quem me possuiu
entendeu e amou,
e não feriu.


Fechei o livro. Comprei.

E nunca mais esqueci este texto. Nem o Ganso. Ganso? Ah é, não contei... O nome do poeta era esse, Paulo Vitor Gans, "mas pode me chamar de Ganso". E chamei. E era uma pessoa encantadora. Ficamos amigos, nos vimos por muito tempo. Até que nos perdemos pelos caminhos. Mas faz parte das minhas lembranças recorrentes que trazem um sorriso no canto da boca. Tem gente que cruza o caminho da gente e marca muito...

E pensar que tudo começou na página um e foi além, muito além da página dois. É bom folhear as páginas das nossas lembranças volta e meia...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Por partes...


Vários dias sem postar, recheados de comentários diversos em blogs de amigos. Muita coisa acontecendo ao-mesmo-tempo-agora. Por isso vou postar aos poucos...

Retrocedendo ao sábado passado, emoção imensa na estréia da Canção de Assis. Gilberto como sempre me surpreendendo, me deixou engasgada no camarim antes do espetáculo começar, referindo-se ao meu post anterior aqui no blog. Queria ter lido ele para o elenco, mas não teve tempo de imprimir. Graças a Deus... não sei se eu entraria inteira em cena se ele lêsse... Mas entrei, entramos, o filho nasceu. Apesar do nervosismo, belo. Como uma canção tem que ser. E veio do coração. Que energia boa. Obrigada mais uma vez por este momento, cancioneiros!

E então o domingo... Para alguns lindo, pra mim revoltante. Já no sábado à noite, quase cancelamos Rainha do Lar por causa da chuva.

Chuva? - Alguns dirão. - Mas é teatro de rua?

Quase. Parece os shows do Araújo Vianna da década de 80/90. Lembro-me de um show destes - do século passado - onde a divulgação era uma música cuja letra dizia algo assim "Só não sai se chover êo, êo, só não sai mesmo se alguém morrer..."

Explico. Estou em cartaz na Sala Álvaro Moreyra, que fica no Centro Municipal de Cultura onde fica também o Teatro Renascença. Pois bem. Quando chove, chove DENTRO do Renascença, no foyeur do teatro, no saguão do prédio e a orientação recebida foi de que, por motivos de segurança, não seriam abertos os teatros. As infiltrações nos mesmos poderiam - em último caso - gerar até uma pane elétrica. Resultado: Cancelaram a adulta e a infantil daquele dia. No sábado só rolou apresentação na Álvaro porque a chuva foi parando e o "perigo" foi afastado.

Fico revoltada. Faço teatro há 22 anos em Porto Alegre e sinceramente já perdi a conta de há quantos anos eu ouço a frase " não teve espetáculo no Renascença porque o palco inundou"!!!

Gente! O que é isso? Onde estamos? E as reformas previstas? E nós que não nos mobilizamos?

E quando digo nós, não me refiro somente aos artistas, que a princípio são os diretamente prejudicados com esta situação. O "nós" em questão é qualquer uma pessoa que pague impostos, que é eleitor. Nós pagamos por isto que não acontece. Pelas promessas descumpridas. Nosso dinheiro deveria ser investido nisso também. Além das outras tantas coisas ditas mais fundamentais que cultura, e que também não recebem incentivo algum.

É por isso revoltante. É non-sense demais... Desde quando um ator tem que torcer para não chover no fim-de-semana para fazer o seu trabalho NUMA SALA DE ESPETÁCULO FECHADA?

Humpf... Como sempre acabamos apelando ao divino... com licença vou tentar conseguir linha direta com São Pedro. Outros assuntos em outro post... Este ficou muito carregado pela incompetência da administração pública.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

História de uma Canção

Erarauêraraia...

A loira envolta em pensamentos projeta o dia de amanhã... Olha pro alto, lembra-se... Pausa.

A cena que se segue aconteceu há mais ou menos um ano atrás. Ela e Zé Mario na porta da Álvaro Moreyra entram para assistir A Canção de Assis, programa prometido desde o dia que a Fernanda Beppler a havia convidado para a estréia, justamente num dia que a loira estava viajando com um espetáculo. E já haviam se passado dois anos e sempre era impraticável assistir a peça, pois as temporadas batiam com as dela.
Pois bem, desta vez o convite tinha vindo da Petit, um dia no DC Navegantes quando ela anunciou com um sorriso largo que gostaria que a loira fosse vê-la, ela estava entrando no elenco para substituir. Zé Mario queria ver de novo. Bóra assistir então.
Mas sejamos sinceros. A expectativa não era grande não... Já fazia tempo que ela havia desistido de esperar algum "plus a mais" dos espetáculos ditos "infantis". Sim, alguns tinham agradado - bastante até - como Ari Areia e Locomoc e Milipilli. Mas... aquele clic de identificação com a linha de trabalho ainda faltava...
E eis que aconteceu. O mergulho. O esquecer-se de prestar a atenção tecnicamente em tudo, ou prestar, mas com admiração. A sensação de ver em cena atores que gostavam do que estavam fazendo e que confiavam no seu "guia". Usei essa palavra porque "diretor" naquele caso parecia ser uma palavra que implicaria no entendimento de cercear, de castrar... e parecia que isto não ocorria ali. Foi o que a loira sentiu.
Ao final da peça, meio atordoada, cumprimentou a Petit e alguns atores, cumprimentou e foi apresentada ao diretor pelo Zé Mario e foi-se para casa, comentando com o Zé a sua impressão.
Uns dias depois, foi deixar uma mensagem no orkut para o mesmo Zé e ali estava um recado do diretor/guia sei lá - Gilberto, convidando Zé Mario para compor o elenco de um espetáculo futuro.
Que dúvida! Respirou e escreveu um e-mail ao tal Gilberto. Na maior cara-dura. Apresentou-se, parabenizou-o mais uma vez pelo trabalho e sem pudores, ofereceu-se. Para trabalhar, entenda-se bem, rsss... O que tinha visto no palco vinha muito de encontro com o que sempre quis fazer em termos de teatro voltado ao público infanto-juvenil.
Alguns dias depois, o e-mail de resposta trouxe a semente do dia de amanhã, 07 de junho de 2008. O convite para fazer parte do próximo espetáculo do Grupo Farsa. Espetáculo que ainda virá... (mas isto é assunto para outro post...)
Desde então, a loira tem tentado estar no palco com aquele grupo...
Em janeiro deste ano, um e-mail intitulado "Surpresa", assinado pelo Gilberto, dizia, curto e grosso:" Parabéns, você acaba de entrar no elenco da Canção de Assis!"
Euforia. Coração na boca. Emoção. Pausa.
A cena volta ao dia de hoje... os pensamentos focados nestes meses que se passaram, nos ensaios deliciosos, nos ensaios atribulados também, nos colegas, no Gilberto que agora ela chama de "dire" (que mania essa que algumas pessoas têm de falar as coisas pela metade, rsss).
E claro, um pouco de medo. É muito grande a expectativa. Dela. A neura de sempre fazer tudo bem feito. A satisfação e orgulho de estar em cena com este espetáculo.
Pausa... Sorriso de canto de boca...
A loira deixa de ser alguém na terceira pessoa, me permite falar por ela.
Estou feliz. E queria dizer isto ao povo do Farsa. Feliz por amanhã e os próximos três findis. Por dar vida à Canção junto com vocês. E por estar fecundando outros espetáculos com vocês. Gosto. Muito. Apesar da minha seriedade exagerada às vezes. É meu jeito de viver o respeito à nossa arte. E agradeço a compreensão e tolerância de vocês.
Obrigada cancioneiros, obrigada Grupo Farsa e... Gilberto: MUITO OBRIGADA pelo e-mail surpresa.

Que na minha jornada possa ter todos vocês sempre por perto, afinal... "Aqueles que se amam não deveriam se separar nunca, não é?"


Beijos e MERDA pra nós!

Cássio Schonarth e Fernanda Petit em "A Canção de Assis"


A CANÇÃO DE ASSIS

De 07 a 22 de JUNHO
SÁBADOS E DOMINGOS 16h
SALA ÁLVARO MOREYRA
(Av. Erico Verissimo, 307 - Centro Mun. Cultura)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Mais um trechim mineirim

A falta de tempo urge, e no meu caso ruuuge... ou seria rouge?

Grrrr... vontade de exorcisar os pensamentos mas os neurônios não respondem mais a contento ou pelo menos na velocidade desejada...

Tudo bem, mais uns dez dias e a vida voltará á loucura habitual e não nessa overdose de adrenalina e necessidade de organização e disciplina para dar conta de tudo.

Enquanto isso, fiquei aqui pensando, o que me acalmaria?

Rá!

Tchãnãmmm... Eis que mágicamente tiro do bolso mais um trecho dessa peça que marcou minha estrada...

Mais um tantim de "Beco, a Ópera do Lixo", do Grupo Ponto de Partida, de Barbacena - MG. Texto de Regina Bertola para o personagem Fulgêncio. Saudade destes amigossss!

Boa noite a todos, e boas reflexões...


na foto, em primeiro plano, os atores Lido Loschi e Pablo Bertola

"A vida é igual uma árvore carregadinha de fruto. Uns colhe um só, e podre. Uns passa o tempo todo com o fruto na mão sem coragem de cascá. Outros quer todo dia o mesmo fruto, igualzinho, mesmo cheiro, mesmo gosto, mesmo tamanho. Num tem nem desejo de exprementar um novo. Eu sou feito menino. Eu quero é exprementar todos que eu possa agüentar. Os amargo, os azedo, os doce, os farturento. Eu quero é ficar todo lambuzado da vida. Eu prefiro morrer de indigestão do que viver aguado."