domingo, 21 de setembro de 2008

À flor da pele...


Me entenda?
Não posso me expressar muito bem agora... estou em outra realidade no momento...
Em suspensão, naquela micropausa entre um respirar e o outro.
Na re-flexão de uma avalanche de pensamentos. Um mundo paralelo...
O olhar, a cada pausa e mudança de foco, revê-relembra-revive um amontoado de imagens.
Agradeço.
Aplaudo e agradeço (e lembro de cada um aplaudindo e repetindo seu "mantra").
Ah meu deus (seja lá que deus seja o meu), obrigado por este momento...

(pausa)

Ainda me incomoda muito perceber leituras rasas nas platéias deste festival. Será o efeito de ver muitas peças em pouco tempo? Será que com o cansaço opta-se por uma leitura dinâmica? Se ao menos fosse mesmo uma reação catártica que inocentemente cogitamos, mas infelizmente, não acredito nisso...

(outra pausa)

Encerrei o festival com chave de ouro. Tocada, como imagino que deva sair de um teatro. Certa da profissão que escolhi, com orgulho. Com algumas idéias acerca do teatro que quero fazer, mas cheia de questionamentos, graças a Dionisos! E com muitas certezas sobre o que não quero fazer. Graças!

E ecoam em mim palavras da última peça assistida: "Por Elise", do Grupo Espanca de - é claro - Minas Gerais... Os mineiros, sempre os mineiros marcando minha arte...

cuidado.
cuidado com o que toca.
com o que planta no mundo.
com a capacidade que gente tem de se envolver com as coisas.
com o amor,que espanca doce.
cuidado.
não adianta fingir que não sente.
gente sente tudo.
se envolve com tudo.


(por Grace Passo, em Por Elise)




quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Com licença, eu vou à luta...

Das coisas que eu tenho ouvido, percebido e procurado aproveitar como um aprendizado pessoal, é cada vez maior a certeza de dizer que tudo isto é INTRANSFERIVEL. Não nos invade por osmose (né Ari?), nem pelo Bluetooth dos acelerados tempos tecnológicos.
Caminhos e situações que vivemos, tem , é claro, uma mão do destino, do acaso ou seja lá o que formos definir como o ambiente, a atmosfera, o cenário em que nos encontramos.
Mas – disto estou muito certa - a escolha é nossa.
Confesso, já fiz terapia e na época me fez um bem danado. Mas me abusei, me enjoei, me dei alta e me fui. Desde então acredito que por diversas vezes uma ajuda profissional facilitaria e apressaria muitas decisões na minha vida, mas – não sei se certa ou errada - optei por não fazê-las... Por passar a via toda indo a médicos, peguei um certo fartão de ter que contar minha vida para quem eu não conheço e que na verdade (muitas vezes pensava assim) não estava tão preocupado com aqueles detalhes que eu achava fundamentais da minha existência.
Deus me livre dizer que hoje em dia eu sei me tratar tanto quanto um psicólogo ou psiquiatra o faria, pois para mim soa como dizer que qualquer pessoa sabe atuar tanto quanto um ator que estuda, se aprimora, se dedica a este aprendizado. Mas cá pra nós que existe uma certa similaridade entre estas profissões. Não da psiquiatria que envolve toda uma questão clínica (e química por tabela) que eu não faço a mais mínima idéia (além do meu fascínio não tãããõ doentio por comprimidinhos coloridos)... Mas estou falando que, de alguma forma, são profissões que envolvem uma percepção aguçada dos conflitos e mecanismos da mente humana. Uma de uma forma mais analítica, a outra implicando em introjeção, aceitação. Não me importa o que eu acho de tal personagem, da postura dele frente à vida, da forma como ele age e interage com o mundo. O que deveria ser fundamental para um ator é perceber, entender, e colocar-se na situação de outro mundo, lógica, ordem pessoal. Agir como tal. Enfim.
Porque falar disto tudo agora?
Onde está a ligação com o meu momento-agora?
Está no olhar de fora da minha vida.
No perceber que – ontem me caiu a ficha – as escolhas são minhas.
Dããã... que óbvio loira.
Não. Não é. Não é porque dizer é fácil. Sentir é que são elas. Ontem me percebi na beira do abismo. Colocando o pezinho pra pular e passar mal e depois ficar sei lá eu, meses me debatendo por causa de algo inevitável e incompreensível pra mim, mas real, sem maldade, sem premeditação.
Por simples e pura incapacidade minha de me colocar no lugar dos outros, lá estava eu prestes a escolher me debater de novo. Prestes a não aceitar um outro prisma. Eu sou assim. Por que quero ser. Mas você não é obrigado a ser também. E eu não sou obrigada a aceitar o meu jeito como cristalizado e responsável por todos os sofrimentos que ainda vou passar. Não sou. E não vou aceitar.
Porque posso mudar meu jeito. Posso insistir e me bater na parede até acertar , até perceber que a mudança uma hora surte efeito.
Sou lenta... demoro a digerir mas hoje especialmente quero agradecer de coração à Daia, Marco e Petit... por cada um, de sua maneira ter me feito repensar a vida e meu jeito me relacionar com o mundo. E não estou falando de nada que foi dito ontem, hoje ou há algumas horas...estou falando da soma de tudo, que filtrado e digerido e organizado neste meu caótico e loiro disquete pessoal, resultou neste momento à flor da pele de sangria e necessidade de me refazer. De me limpar. De pôr pra fora tudo da minha casinha, passar um pano, um aromatizador 7 ervas e devolver pra dentro de mim só aquilo que faz sentido e principalmente o que não faz, porque a contradição humana é necessária. Mas principalmente deixar do lado de fora aquilo que nunca me agradou e que me destrói e me boicota.
E não posso esquecer de colocar pra dentro um tantão de paciência... porque não vai ser fácil... volta e meia os boicotes vão bater à minha porta, vez que outra tenho quase certeza que vão pular a janela... mas daí é que está a diferença. Desde ontem percebi que a opção é minha. E acima de tudo: percebi que não vai ser fácil e que vai doer. Mas tá mais do que na hora de olhar a vida por outro prisma. E arriscar. Feridas curam.
Sei lá, acho que tinha muito mais para dizer mas... como sempre acontece, hoje eu não teria nem tempo de escrever três linhas, e olha só a arte que eu já fiz... Mas era imprescindível... Os pensamentos exigiam que eu desse alguma forma a eles... urgente, pra eu mesma me enxergar...
Aff... tomara que isto tudo signifique que eu finalmente comece a desatar os meus nós...
Fico por aqui, com uma imagem, que a meu ver... diz tudo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O silêncio...

Pois bem, ele contagia. Ou deveria contagiar...
Aprendo.
Muitos dias de silêncio aqui no blog.
Motivos para falar? Para argumentar? Muitos.
Nenhuma palavra? Nem ao menos uma.
Reflito. Tenho visto e ouvido muita coisa ser dita e escrita. Muita coisa mesmo. Emito opiniões? Sim. Mas acima de tudo, observo.
Meu amigo aniversariante ainda ontem reclamou dos "nóses", do blog desatualizado. Daia também exigiu novas linhas. Ela bem sabe do meu aprendizado. Do que quase foi escrito. Eu agradeço o apelo por reflexão. Aprendo que nem tudo pode ser dito. Aprendo também que nem tudo que é dito reflete transparência. Aprendo que um filtro pode ser importante.
Mas entro em contradição com as minhas maiores bandeiras: Verdade, sinceridade, transparência.
Se não posso dizer o que penso, vou dizer o que?
Mas aí entra a bandeira mór: Respeito. Tenho. E gostaria de me sentir respeitada também.
Não quero escrever só porque algumas pessoas dizem que escrevo bem. Até porque minha auto-critica questiona isto muitas vezes. Quero escrever para mim, para me expressar, para me entender, e entender-te.
Voilá...
Neste hiato silencioso encontrei uma personagem que muito povoou minha vida. E em suas tiras, charges, etc, encontro resumos do que se passa por estes loiros neurônios...
Deixo-os com ela, a irreverente Mafalda de Quino e seus questionamentos arrebatadores... em conta-gotas. Questionamentos inocentes que tem me feito pensar além...
E sem deixar em brancas nuvens, neste post "silencioso", uma grande salva de palmas ao aniversariante do dia: Parabéns Marquito! Boas músicas, boas aulas, boas Artes pra ti sempre! Clap, clap, clap's mil's!


see you...