sábado, 13 de novembro de 2010

A alma lavada, a mente e o coração repletos...

Chego em casa e sorrio.Como é bom sentir-se assim, como que encantada.
Saí do teatro hoje, jantei , falei coisas sérias e bobagens, fui ao super mercado (vantagens de teatro em shopping) e, a cada instante, a peça volta à memória.
E produz sorrisos e me faz pensar, me engasga, me faz gargalhar.
Assistir As Centenárias, com Andréa Beltrão e Marieta Severo e Sávio Moll é uma benção. Uma gratidão. Uma aula. Um alívio.

Abençoados os que puderem ver esse belíssimo espetáculo. Grata sou por ter presenciado este momento. Aula tive de todos os aspectos teatrais que compõem uma encenação, da direção à atuação, passando por figurinos, cenário, iluminação, trilha sonora, preparação corporal e vocal e tudo o mais que ainda vou descobrir digerindo esse banquete delicioso que se instalou na minha memória. Um alívio de que sim, é isto que eu quero e sempre quis e quando se mostra à minha frente algo que eu gostaria de fazer com tamanha virtuose, fico aliviada e feliz por ver quantos desafios ainda tenho pela frente.
Aconselho quem puder assistir, que assista, pois vale a pena.
Prestarei mais atenção daqui pra frente em textos desse autor, chamado Newton Moreno.
Mais uma vez, a direção de Aderbal Freire-Filho me encantou. Mas principalmente a experiência de ver a química dessas duas atrizes em cena e o excelente trabalho de Sávio Moll neste espetáculo me fez sentir o quanto sou grata por poder viver certos momentos.

beijos centenários a todos...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

FELICIDADE NO 38º FENATA!


Nem tenho palavras de tanto sorriso no rosto!
Acabamos de receber notícias direto de Ponta Grossa, onde encerrou hoje o 38º FENATA.

O Grupo Farsa com "O Avarento" está trazendo, na bagagem da Petit e Markito os seguintes prêmios para o nosso espetáculo:

Melhor Maquiagem (Elison Couto), Melhor Figurino (Daniel Lion), Trilha Sonora (Marcos Chaves), Atriz Coadjuvante (Eu), Ator (Marcos Chaves) e MELHOR ESPETÁCULO JURI POPULAR.


Além das indicações de Melhor Ator Coadjuvante (Plínio Marcos Rodrigues), Atriz (Fernanda Petit), Direção (Gilberto Fonseca) e Melhor Espetáculo.

ESTOU MUITO ORGULHOSA DE NÓS!


Feliz pelas indicações e prêmios recebidos, e muito, mas muuuito feliz pelo Markito, que além de merecer o reconhecimento sempre, estava realmente iluminado naquele dia do festival, e teve a sua trilha sonora, por todos nós executada, reconhecida neste mesmo dia.

Salve Grupo Farsa! Amo muito vocês! Todo o meu carinho hoje e sempre!

Boas noites à todos!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Festivais, estréias e turnês

Os meses de setembro, outubro e novembro foram e estão sendo muito corridos.
Participamos de 3 festivais em setembro, em Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Em outubro, estréia da Roupa Nova do Rei no dia das crianças. Turnê do Avarento pelo Sesc no final de outubro.
Amanhã, dia 04 embarcaremos para Ponta Grossa/Paraná para participar do FENATA com o Avarento.
Ufa...
Deixo por aqui imagens destes eventos pois tenho que arrumar as malas para amanhã!
Coisa boa tanta atividade!









segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nando e Biño...

Foto: Mariano Czarnobai/POA Em Cena/Divulgação PMPA
Eu aqui, do lado avesso.
Mistura de muitas sensações, engasgada, as lágrimas vem e vão.
As palavras que me chegam e se transportam até o teclado não são muitas, pois fica difícil neste momento verbalizar sentimentos.
Que pulsam, ainda, envoltos na lembrança das imagens.
Um tapa na cara? Não, é mais do que isso.
Um tombo? É mais também.
Um precipício? Um alerta? Uma entrega? Uma comunhão?
É mais, é mais e não consigo verbalizar.
Sissy. PoA Em Cena.
Nando Messias e Biño Sauitzvy.
Amigos de sempre, ex-colegas de cena, colega de apartamento, de faculdade.
Orgulho, emoção, saudade já.
Saio do teatro confusa, tocada, realizada por ter estado ali.
E me curvo e aplaudo e grito: Bravo!
(o grito que não saiu na hora porque estava engasgada de emoção e chôro).
Amo vocês.

Foto: Mariano Czarnobai/POA Em Cena/Divulgação PMP

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Já?



Sim, no meio da madrugada fria, vejo um post no blog d'O Avarento, faço uma pausa e concluo...
Já.
Já faz um ano.
Que estreamos, dia 14 de agosto de 2009 este espetáculo tão importante na minha carreira.
Emoções se confundem em mim.
Pois no próximo domingo, dia 15 de agosto, fará um ano também que meu pai, o "véio Benda" nos deixou.
Na balança desta vida louca, os sentimentos se debatem.
Saudade? Tristeza? Alegria? Orgulho?
Tudo.
Tudo-junto-agora-ao-mesmo-tempo.
Cada vez mais acredito que nada é tão assim ao acaso.
Cada vez mais me proponho a aprender com o ser humano e com os muros que se erguem frente a gente e as barreiras que no nosso caminho se instalam.
Eu sei lá onde tudo isso vai dar.
E na boa às vezes não me importa. O momento-agora é tão mais importante. Ou deveria ser.
talvez escreva isso pensando exatamente em me convencer disto. Porque o amanhã é incerto mas tem sempre um motivo para ele acontecer.
Nada é de graça.
E que bom saber olhar as coisas assim.
Pois bem, é nessa madrugada gelada desta Porto Alegre que eu amo que eu queria dizer a todos do Grupo Farsa o quanto me sinto em família ali. O quanto me sinto amparada e o quanto cada um de vocês com suas particularidades me encanta e me faz crescer. O quanto quero aprender com vocês, de Arte e de arte. A arte do conviver. De conviver com as neuras e não-neuras, com as palhaçadas e "tansisses", com as paciências e explosões, os bons-sensos e os chutes nos baldes. Me sinto realmente em família, talvez por ter a minha se reduzido tanto nos últimos anos... E isso não é mais uma daquelas declarações trouxas da era internética que todo mundo diz que ama todo mundo com a maior facilidade. Estou aqui falando de um sentimento que vem se construindo sólido e que cada vez mais mostra maturidade ao se perceber tão repleto de uma capacidade de regeneração. Pois bem meus querido e queridas. Amo. Mesmo. Cada um de vocês, e nesta madrugada desejo a todos um ótimo aniversário nada avarento e abraço cada um de vocês embaixo do nosso capote! Muitos anos de vida ao nosso espetáculo.

meu pai e minha sobrinha há uns 8 anos atrás...
E a ti meu paizinho porteño, que tanta falta faz, mas que acredito esteja em ótima companhia, mando uma energia enorme de gratidão por tudo que me ensinou, pela faísca do teatro que acendeu em mim essa coisa doida que não consegue parar de querer respirar em cima do palco ou ao menos ao redor dele.
Te amo sempre pai, te abraço forte e penso sempre nos teus olhos azuis, me incentivando, nas platéias ou no sofá da sala, em frente à lareira, tomando um "negro caliente" ou um cafézinho para os reles mortais.
Procuro não pensar muito na tua ausência e na da mãe, porque nunca achei sadio para os que ficam amarrar com tristezas a morte. Acho que às vezes é melhor para todos deixar que os outros partam. Por que desta maneira sofre-se menos. Mas não sou muito boa em seguir regras, e hoje, confesso, chorei tua ausência.
Pausa. Faz parte. Chorar também me limpa. Penso. Tua presença em mim é maior. Tá nas veias, nos traços, na arte, nos palavrões, no dna, na essência.
Não vou te prender ao meu chôro pai. Vou te comemorar hoje. E sempre.
Dorme bem viejo...
Te amo mucho.

besos y sonrisas...

sábado, 7 de agosto de 2010

Ser assim é uma delícia...

Então...
O vídeo do youtube abaixo chegou a mim porque postaram no facebook e a Petit me passou para que eu o visse e é claro, lembrei dela por vários aspectos, entre eles o fato de ser uma "grande" contadora de histórias, de ser falado em francês, dos charme da criança falando "hipopotámu" e por estar com a boca lambuzada de alguma comida deliciosa.
Tá, ok. Estas foram as identificações imediatas.
Mas lá no fundo bateu ainda uma reflexão.
É por isso que eu amo fazer teatro para crianças.
Sim, amo fazer teatro como um todo.
Mas não é segredo a minha paixão por tentar chegar nesse mundo aí. Nessa loucurinha sadia e cheia de lógicas coloridas, de senso de justiça de ah... sei lá entende?
Fiquei encantada.
Vejam e compreendam, se é que me acompanham...

boas noites e viagens...


domingo, 1 de agosto de 2010

Domingo...


Semana finda.
Sol se põe.
Noite cai.
Domingo se espreguiça.
Pensamentos escorregam na alma.
Silêncio relativo.
Pequeno desconforto.
Recolho-me.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Opa!


Psht! Chaatcha!
Nãninãninãããã...
Não adianta querer, Dona Vida, me virar de cabeça pra baixo e querer que eu fique assim para sempre!
Não senhora! Não fico!
Eu até vou me bagunçar, o sangue vai subir à cabeça, tudo vai embolar um bocado, vou me engasgar, vou ver tudo torto, e ver coisas sob outro ponto de vista... mas eu volto.
Ãrrã, Dona Vida... Não pensa que é só birra não, nem pensa que eu não quero aprender e nem enxergar as coisas e nem me preparar para mudanças...
Tá... eu bato pé um pouco, fico até meio rabugenta, eu sei.
Mas sabe? Quando a gente fica assim de ponta cabeça, o pior e mais desconfortável que acontece, é ter que ver aquele bando de butiás caindo do bolso da gente e rolando por aí...
Putz grila né?
É... completamente desagradável e nada digno, por assim dizer, catar um por um...
E então, eu logo volto desta bananeira que a senhora me fez plantar e tudo toma um rumo outra vez. Ou rumos, quem sabe?
Eu sei. Ou não sei, mas vou cá aprendendo...
E mais do que tudo, aos poucos aprendo como é que se vira de ponta cabeça sem o sangue subir à cabeça (ou descer à cabeça)...
Enfim, já cantavam Nei Lisboa e Cida Moreira: "Penso, logo insisto".

A benção, Dona Vida!

Boas noites e dias e estrelas e butiás a todos. E todas.

;)

domingo, 4 de julho de 2010

Do sol e do efêmero...


Domingo ensolarado. Coisa boa, aconchegante, acalentador.
Estante de livros já bem organizada desde a semana passada, pensamentos viajam... um clic. Os olhos encontram um foco. Na estante um livro, um presente certeiro de uma petit amiga antenada com o que me move.
O livro, uma publicação do SESC/SP sobre o espetáculo Les Éphémères, do Théâtre du Soleil de Ariane Mnouchkine, me remete àquele abençoado dia que assisti a peça no POA Em Cena, alguns anos atrás.
Abro o livro. Como naquelas situações onde se abre livro de mensagens ou pensamentos ao léo, ali estava a reflexão precisa e certeira que viria de encontro às minhas idéias.
Nas palavras de Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo, um texto intitulado "A Poética da Vida", abraça os meus pensamentos... e eu compartilho:

" Numa sociedade em que muitos dos valores se originam por suas oposições - feio e belo, novo e velho, claro e escuro -, perceber o ser humano em sua essência, atualmente, requer um exercício de sensibilidade que a própria dinâmica social, com sua corrida desenfreada, nos impede de desempenhar, um mínimo que seja, cotidianamente.
Nascer e morrer se constituem, assim, os extremos de nossas vidas, como se fosse possível nos espremer entre estes dois verbos sem perceber o recheio que nos faz o que realmente somos, o que construímos, o que amamos. Almejamos, então, as magnitudes, os sucessos inatingíveis, as mudanças extraordinárias, na exacerbação de desejos maiores que podem os nossos sonhos desenhar.
Colocamos tudo nos compartimentos das importâncias. Os atos mais importantes, grandes feitos a serem realizados, guardados à frente, na esperança; e assim, os menos importantes relegados a um passo estreito dentro de nós, às portas do esquecimento. E os instantes que nos fazem ficar de cabeça baixa, o pensamento numa nuvem rala, numa ponta de pó no canto da sala, somam-se a um estado de transe muitas vezes incompreensível aos nossos anseios.
(...) as pequenas coisas, aquelas que se volatizam num piscar de olhos, deixam marcas mais profundas do que o mais grandioso gesto, entram pelos poros enchendo de vida o recheio entre a aurora e o ocaso dos dias.(...) a vida, mais que toda a teoria acumulada e as forças dos discursos, é feita também - e principalmente - de silêncios e simplicidade. (..)
Deixar que o efêmero que nos rodeia se disperse é uma condição da efemeridade. Não esquecê-lo até o ponto de fazer nascer a poética da vida é uma oportunidade gloriosa de sermos cada vez mais humanos."

E num suspiro com um sorriso interno, eu faço o meu silêncio.

Bom final de domingo a todos e todas...
;)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Um inventor que faz toda a diferença...

Bendito seja o inventor desta bebida essencial na minha vida.
Bebida reconfortante, sociabilizadora, digestiva, estimulante.
Louvado seja o inventor do café.
E sorvo mais um gole, recheado de lembranças, olhares, rancores, carinhos, imagens, desejos.
Expresso ou não. Me expresso e para mim faz sentido.
E há um riso no canto da boca...


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Gotas...


Tem coisas que eu me pego pensando sem saber porque e nem de onde.
Mas entrego-me. Permito-me.
Momentos que só um dia chuvoso explica.

E goteja em mim.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Instantes...



Revirando os baús que hoje são diretórios nessa era tecnológica, encontrei estas imagens do espetáculo "Objeto Gritante, Instantes de Clarice Lispector", que apresentamos em 2007, com direção da Luciana Éboli. O espetáculo, que nasceu de uma leitura do livro Água Viva, transformou-se em um show da Muni, dividindo o palco com os músicos Simone Rasslan, Aninha Freire, Moysés Lopes e Mateus Mapa. Interligando as músicas com trechos deste livro, estavam em cena Eleonora Rizzo e as atrizes Ida Celina, Vika Schabbach, Regina Rossi, Elisa Viali e eu. Foi um espetáculo emocionante e - é lógico - muito poético. Pena que só teve uma apresentação. Resgatei um trecho, que acho de uma delicadeza e humor impagáveis, e compartilho aqui:


"Vou te fazer uma confissão: estou um pouco assustada. É que não sei onde me levará esta minha liberdade. Não é arbitrária nem libertina. Mas estou solta.
Parece-me que pela primeira vez estou sabendo das coisas. A impressão é que só não vou mais até as coisas para não me ultrapassar. Tenho certo medo de mim, não sou de confiança, e desconfio do meu falso poder.
Não dirijo nada. Nem as minhas próprias palavras. Mas não é triste: é humildade alegre. Eu, que vivo de lado, sou a esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo."

Eita que não é preciso dizer mais nada...
Estremeço e me despeço.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Meu ponto de partida...

Lourdes Araújo e Lido Loschi *
Só uma frase:
Tem de existir, tem de estar lá... Tudo que eu pude sonhar!

* Cena do espetáculo "Beco, a Ópera do Lixo", do Grupo Ponto de Partida / MG

terça-feira, 1 de junho de 2010

Gracias!


Ao público que compareceu em grande número nesta temporada do Avarento no Teatro de Câmara. É para eles que nos dedicamos.

Ao Jorge Scherer e equipe, pelo apoio e belíssimo trabalho que todos podem conferir no site http://www.jorgescherer.com/blog2/?p=2682

À todos os envolvidos com o grupo Farsa que fazem o máximo para que todas as apresentações sejam impecáveis.

Ao elenco e direção deste trabalho que pra mim faz toda a diferença na minha vida.
Beijos muitos. Amo vocês.

Em outubro estaremos de volta no Teatro Bruno Kiefer em temporada. Antes disso vamos avisando.

Thanks!

domingo, 30 de maio de 2010

Encerrando temporada!


Hoje é o último dia de " O Avarento" no Teatro de Câmara Tulio Piva, às 20 horas.
Começam os preparativos para a apresentação que encerra esta temporada, que foi cheia de emoções e teve ótima receptividade por parte da platéia.
Muitos amigos queridos e colegas de teatro conseguiram finalmente conferir o trabalho, outros foram assistir pela segunda, terceira vez.
Estamos muito orgulhosos do caminho que estamos trilhando.
Depois de muitos percalços, o espetáculo vem se afinando a cada dia mais.
E seguiremos sempre neste mergulho prazeroso de contar histórias e comunicar nossas idéias.
O Avarento segue em sua estrada, e logo teremos mais notícias.
Quem ainda não viu, apareça lá hoje à noite. Quem já viu, pode retornar, será um prazer!

Beijos em todos e todas!
Merda!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nova temporada!


Isso mesmo, voltaremos a cartaz a partir desta sexta-feira dia 30 de abril. E agora não tem desculpa hein? Serão 5 finais de semana! Em alguma dessas 15 oportunidades tu vais assistir! Te espero lá!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Lembranças... saudades... suspensão

Raquel Nicoletti em ação
Eu suspensa...
O friozinho se ensaia...
Uma delicia pra mim que faço parte da turma que não suporta calor.
Chego em casa do ensaio e um recado no orkut acalenta o coração. Tão bom saber das pessoas queridas e saber que a gente ocupa no coração do outro um mesmo espaço carinhoso reservado a ele em nós.
No último sábado, numa experiência que tem sido estranha em mim - a de ficar com a família à tarde, coisa que não me acontecia com freqüencia pois sempre estava em temporada com as peças infantis - convidei a minha irmã e minha sobrinha para assistir ao episódio de "longe de casa", exibido pela RBS, que aborda a vida de gaúchos que moram fora do Brasil. A personagem de sábado passado era uma amiga e ex-colega do DAD por quem sempre tive um enorme carinho. Raquel Nicoletti.
Ah... a Raquel! Com os olhos marejadinhos d'água fui acompanhando minha doce amiga, que narrava seu dia-a-dia em Lisboa em bom português "de Caxias" com pitadas de Lisboenses... hehehe... Um encanto... A voz sincera, o humor seco e único, o sorriso amplo, por vezes um ar melancólico.
Juliet, minha doce Juliet. Até hoje a chamo assim pois passamos pelo maior desafio de todos na faculdade, em uma cadeira de interpretação com a maravilhosa Gina Tocchetto: ela nos colocou para fazer uma cena de Romeu e Julieta. Eu era a Ama e Raquel a Julieta, é claro, pelo menos a Gina não foi tão insana de fazer ao contrario...
Pausa. Penso: E por que não? Teria sido divertido! Hahaha.
Pois era esse o ponto. Não era para ser uma dramalhão, mas quem conhecia a Raquel, sabia que fazer a Juliet era um transtorno pra ela. Pois era pra ser realista. E a Raquel... ela nasceu meio clown! Existe isso? Nascer "meio" clown? É a única definição que me ocorre.
Sempre ria muito ao lado dela, nas festas, nas viagens, nos reveillons, na produção pras festas a fantasia... Putz, em que encrenca a gente se meteu. E eu pra completar, tinha assistido ao Romeu e Julieta do Galpão, do Zeffirelli e mais quinhentas montagens com Amas ótimas a me perseguir e eu tentando fugir dquelas referências pra criar a minha própria.
Decidimos então "ousar". Vamos pra rua. Façamos na porta do DAD (aquela da entrada da Alziro Azevedo, pela Salgado Filho). Ué, a Ama não vem da rua, depois de falar com o Romeu? Bóra pra rua então!
E foi o máximo! Ralamos horrores! A Gina nos encheu até chegar o resultado... e como valeu... coisa boa estes desafios.
E pronto, dali pra frente Raquel foi pra sempre minha Juliet, que primeiro fez as malas pra ir pro Rio, acho que pra Escola de Circo e de lá, mandou e-mail pra Portugal, chamaram ela e a Fê Avellar, outra doçura que agora é mamãe do lindo Gabriel, e as duas malucas foram! Assim, foram!
E neste sábado, me deu uma alegria de ver a minha amiga lá... Fazendo o que gosta, dando aulas e amando cada vez mais a arte.
Mas quando passa muito tempo e a gente perde um pouco o contato com amigos que viajam para longe a gente sempre acaba achando que foi esquecido, ou mesmo que a saudade é uma onda que só vai e não volta do mar...
E por isso hoje a felicidade me invadiu, numa onda renovadora, como aquelas que mergulhávamos nos reveillons em Santa.
E durmo contente, ainda com as frases finais da minha amiga no programa de sábado onde ela disse: quem tem saudade tem poder, quem tem saudade tem por quem ter.

A benção doce Juliet, seja cada dia mais feliz!
Grande beijo de quem te ama...
"Ama".

segunda-feira, 29 de março de 2010

"Xaxados e Perdidos", uma benção!

Foto: Cláu Paranhos
Terceiro sinal.
Senhores passageiros, apertem os cintos, seremos transportados para outra atmosfera.
Aqui e agora, bastando para isso abrir-se e tornar-se disponível para absorver os acordes que do palco irão brotar.
E entra em cena o trio - como se não bastasse a competência musical - mais simpático e harmonioso que eu me lembro ter visto nos palcos daqui.
Começam à capela num "padabadá" harmônico, E Simone Rasslan se encaminha para o teclado. Beto Chedid e Alvaro Rosacosta colocam-se junto a seus vários instrumentos também.
E está feito.
Criado um novo mundo, uma nova energia.
O cenário de Alvaro Vilaverde, de grandes fuxicos de chita, pequenas instalações com altares de santos e o complemento da ótima iluminação do Bathista Freire resultam com maestria num objetivo: aconchegar.
Não há como sentir-se acoado ou impassível, ou mesmo frio ao que nos é apresentado. O figurino de Madalena Rasslan para Simone e a composição de figurino de Alvaro e Beto contribuem, pois deixam os músicos tão à vontade quanto a gente que os recebe de coração aberto.
Não sou nenhuma especialista nesta área e graças a deus isto não é nem se pretende uma crítica. Vamos dizer que é um relato de impressão, ou talvez o melhor seria dizer de "sensação".
A sensação que saí do espetáculo musical "Xaxados e Perdidos" foi a de ter elevado a alma. Saí abençoada, renovada, completa.
Viajei pelo Brasil ontem à noite, ali sentada na platéia do Teatro do Sesc. E se eu olhasse pro lado, coisa que acho improvável, pois estava hipnotizada, talvez eu visse rodas de viola, Rios São Francisco, e montes de cenários encantadores no nosso país.
Mas acima de tudo, me senti em casa. E é esse o grande mérito desse espetáculo. A interpretação das músicas na voz de Simone em conjunto com Alvaro e Beto e os arranjos criados para esse repertório são uma benção. Arrepiam de tão lindos. A sonoridade cativa. As "surpresas" são bem-vindas. Coloquei entre aspas, pois já tinha visto o espetáculo na estréia, e sabia que havia a participação de um grupo coral na platéia. Mas tudo me parecia a primeira vez.
Percebi com satisfação, o quanto o espetáculo evoluiu, está mais fluido e acabado. E escolha do repertório é para mim, acertadíssima. E Simone diz a que veio. É doce, maternal e por vezes forte e agressiva na interpretação das músicas. Por que as conhece e domina. E sabe usar seus intrumentos.
Suspiro. Era isso. Daqui pra frente só posso me repetir.
Então me resta agradecer, mais uma vez. E desejar vida longa ao "Xaxados...". E que não se percam dos nossos palcos, pois quero viver isso mais vezes.

Muitas vezes!


quarta-feira, 10 de março de 2010

domingo, 31 de janeiro de 2010

Marketing é tudo nessa vida!

Pois bem, o novo ano começou, a mil para variar, o primeiro mês termina hoje e muita água já rolou e vai rolar. Amanhã, depois de não sei quantos anos se tirar férias, finalmente vou passar uma semaninha no Rio de janeiro com minha amigona Rô Milani, que já mora lá há 7 anos mais ou menos e nem a casa dela eu conheço. Estão previstos uns dias em Búzios também (sim to me sentindo os chiques da novela...).
E no meio de tantos acontecimentos, coisas boas também vieram à tona depois do último post.
Principalmente coisas profissionais, que divido aqui com vocês.
Em primeiro lugar, as 8 indicações do Avarento para o Prêmio Açorianos 2009, incluindo a minha para atriz coadjuvante (pela primeira vez fui indicada a um Açorianos).

"O Avarento" - 8 indicações para o Açorianos - Foto: Luciano Sousa
Certo, esperávamos para espetáculo também, mas não vou entrar neste mérito. Já participei de todas as formas deste prêmio (como jurada inclusive). Já ganhei e não ganhei. Nunca se satisfazem todos os anseios, e os critérios são sim, relativos e questionáveis. Fazer o que? Eu prefiro vibrar e reverter as indicações em marketing. No final, é o suco que se tira do limão.
Fora a indicação ao Avarento, fui indicada também para o Prêmio Tibicuera de melhor atriz pelo Gipogá da Menina das Estrelas e de atriz coadjuvante pelo Miguel do Peter Pan.

"Gipogá" Foto: Livia Auler

"Miguel" Foto: Sérgio Souza

Acontecimento histórico pra mim, nunca tinha sido tão indicada assim. E por personagens tão diferentes. Um velho, um bebê de fraldas e uma mulher trambiqueira que se disfarça de comissário. Tomara que não gere crise de identidade, hehehe. Enfim, estou feliz pelo reconhecimento. A lista completa das indicações vc encontra aqui .
E antes de o ano acabar, ainda tiveram as colunas do Antonio Hohfeldt no Jornal do Comércio de 24/12/2009 e 31/12/2009 onde ele colocou os destaques do ano no teatro adulto e infantil e nos dois casos destacou meus trabalhos, no Avarento e no Peter Pan.
E ainda houve no final do ano a re-publicação de uma entrevista minha, dada ao Reissoli Moreira que agora contribui com o site "Artista Gaúchos". Quem quiser conferir, é só clicar aqui.
No mais, hoje último dia de "O Avarento" no Porto Verão Alegre, às 21 horas no Teatro Renascença. Não deixe de assistir!

"O Avarento" Foto: Luciano Sousa
Depois, uma semana de férios no Rio!
Na volta, dias 9, 10 e 11 defevereiro tem "Dona Gorda", ainda no PVA, na Sala Carlos Carvalho da CCMQ.
Aguardem as novidades!
beijos em todos e todas!