sexta-feira, 30 de maio de 2008

Hoje Rainha...

Foto: Gustavo Razzera

Corre loira corre...
Ano mais atípico impossível...
Nunca me aventurei a fazer várias coisas ao mesmo tempo porque não acreditava na possibilidade de fazê-las bem feitas, com qualidade. Por "coisas" entenda-se trabalhos, peças, espetáculos.
Eis que a estas alturas da vida, na qualidade de loba que me encontro, rsss, percebo o lado positivo desta empreitada. Compartimentar-se para somar ao todo. Época tecnológica onde de alguma forma aprendemos com os computadores a ter várias pastas, diretórios, arquivos. Salva-se um, abre-se outro. Aquele no qual estávamos trabalhando fica na estufa, amadurecendo. Ou descansando, o que às vezes torna-se mais frutífero. Enquanto isto, nos ocupamos com outro projeto, assunto, universo. Levamos para este segundo trabalho os aprendizados do primeiro, imprimimos nele sensações colhidas, investimos criamos, aprendemos. Num outro momento volta-se ao primeiro e então... tudo de novo. Troca-se, filtra-se, agrega-se... Cresce-se.
Claro, não é pra qualquer um e nem em qualquer momento. Não me acho mais ou menos por estar experenciando isto agora e por estar aproveitando. Acho apenas que aconteceu no momento certo para mim. Aconteceu, porque não foi buscado nem planejado. Um pouco passivamente fui aceitando a bronca como ela se montava, ajeitando as melancias na carroça, vamos dizer.
No final das contas, essa condição adrenalinada em que me encontro tem me permitido e exigido ser objetiva. No que diz respeito ao meu cérebro e à minha organização pessoal para investir em cada projeto, pois um processo de criação teatral carece muito mais do subjetivo (será?).
Pois bem, tudo isso para dizer que hoje, a pasta, diretório, arquivo em questão é a volta a cartaz do monólogo que estreei este ano.


"Rainha do Lar" , de Lisiane Berti, volta aos palcos,

de 30 de maio à 22 junho,

sextas e sábados às 21 horas e domingos às 20 horas.

Uma produção da Cia Halarde com direção de Paulo Guerra.

Que venha a platéia!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

trecho 1

"Às vezes a vida, o sofrimento, as injustiça é maior do que nóis. Mas se a gente acreditá numa luzinha que mora no fundo do dentro da gente, a gente vorta a sonhar. Vorta a sabê que nóis, que gente foi feito pra inventar o mundo de novo, pra mudá e desmudá carregando a alegria."

do personagem Fulgêncio da peça "Beco, a Ópera do Lixo" (escrita por Regina Bertola)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Pra refletir...

Não posso me estender hoje, mas...
Depois de um ensaio desta Canção de Assis que eu adoro, frente a um comentário interrompido que muito me interessava, pois me pareceu que estava prestes a ouvir a minha própria opinião sob um outro prisma e numa outra (importante) voz, fiquei viajando nesta questão que sempre me perseguiu e volta e meia vem à tona, martelante e instigante...
Como pode né?
Uma ação com texto dizer tanto.
Uma ação sem texto dizer tanto.
Uma ação dizer. Tantos "tantos".
Dentro da minha loucura de insistir em ser artista mesmo sabendo das instabilidades de sobrevivência (material também) que isto acarreta, vejo que está nesta "viagem" a explicação da minha insanidade. Tá aí meu motivo, minha mola propulsora, meu gatilho.
Nada. Nada me põe mais pilha do que este "mistério". Do que este "quê" que mais que nada é sensorial...
Sem muitos mais o que desenvolver agora a não ser meus pensamentos comigo mesma, "enquanto pessoa ser humano E criatura" (como costumo dizer...rss) deixo aqui as duas lembranças que me vieram à cabeça nesta noite... De dois momentos distintos. Um há mais de 15 anos atrás. De um espetáculo com texto. E música. E dança. E aquele "tanto".

Beco, a Ópera do Lixo



E de um espetáculo visto há dois anos atrás. Sem texto. Com música e dança, e outros "tantos.

Saudade em Terras d'água

Pra quem se interessar, outra hora coloco os links.

Agora as lembranças me exigem parar. E lembrar.

Lembrar principalmente que o que faz a diferença em cena, é a crença que ela existe, e isso tem a ver com apropriar-se. Entregar-se. Ser-se.
Que todos nós tenhamos bons sonhos. Sempre.
E que você Gilberto, possa dizer cada vez que agora gosta de ver teatro...
Gudináiti.

sábado, 24 de maio de 2008

Volta frio... volta...


Afff...

Intensivos da Canção de Assis na quinta e sexta...

Calor de matar! Só pra atrapalhar meu cérebro loiro que teimava em travar em alguns textos... Calma Gilberto! Eu sou meio NHP viu? "Na hora pinta"! Mas pretendo que pinte antes, até porque tenho várias outras coisas pra treinar, principalmente na área musical, fora uma intimidade com o violão que resolveu bater em mim literalmente, rsss...

Ensaios non sense... com revezamentos 4X100 de atores afônicos... Primeiro Marquito, depois Petit, hoje fico sabendo que Daia tb resolveu aderir à moda! Prá não me mixar achei por bem só sair no primeiro dia com a boca sangrando... tu acha que eu ia agüentar não chamar a atenção? hahaha... menos loira, menos!

Hoje de volta aos ensaios da Ópera de Sangue. Ensaio das músicas com Simone Rasslan. Estão ficando ótimas. Maior prazer trabalhar com ela. Maior prazer ver os atores evoluindo (de novo o papo dos processos). Papos com eles depois, colhendo informações sobre os dois dias que fiquei afastada. Novos aprensizados acontecendo por parte deles, principalmente no primeiro contato com a coreógrafa Jussara Miranda.

Mil coisas na cabeça. Mil mesmo. Talvez por isso (e por um calorzinho que apareceu no meio da tarde, humpf!) minha cabeça doeu um pouco. Mas vai melhorar. Acredito e sei porque.

Tenho tentado me reciclar nos últimos tempo. Mudar atitudes. Arriscar. Ousar.

Vou fazer isto agora. Sem expectativas maiores.

Simplesmente por um bom momento. Este momento.

Mas é papo pra outro post.

Alguns entenderão, outros usarão a imaginação para entender e vão me divertir com suposições...

Enquanto isso, com licença, vou arejar as tranças...

See you... later.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Processos...


Estou vivendo um momento fascinante...

Convivendo com grupos diferentes e experimentando diferentes processos de criação. E é incrível como se aprende com isso. Na minha modesta opinião, o ator se alimenta através de uma espécie de "radar". O fator "estar atento" e tentar transformar o que se percebe em informação e bagagem para o nosso ofício, é absolutamente fundamental para quem pretende ser um artista completo.

E tenho vivido isto em situações distintas...

Como atriz, nos ensaios do Gupo Farsa, com novos colegas de trabalho, descobrindo seus mundos, seus timing's, seus humores... observando suas lógicas e aprendendo com elas. Antenadíssima no que o nosso manda-chuva tem a nos oferecer, no seu conhecimento da linguagem de farsa, na generosidade de troca que impera nos momentos que nossa energia se canaliza para a criação.

Criar é prazeroso demais. Assistir à criação é excitante. Colaborar com ela, um orgulho.

Num extremo não tão oposto, experimento um trabalho de direção de atores no Teatro Novo. Um trabalho cirúrgico para ambos os lados... de abrir-se, revelar-se, oferecer-se ao outro... todos médicos e pacientes. Pacientes exercitando a sua paciência. Pois ali também é um grupo novo se formando, de pessoas que nunca trabalharam juntas, outras já calejadas pelo convívio, administrando a tolerância necessária num processo de parto. E mais uma vez... o observar... como chegar à compreensão da cena? Como atingir o botão da lógica de cada ator, que é um mundo único? Como tornar um outro indivíduo crivel num corpo estranho?

Aff... ainda bem que as perguntas existem, e os questionamentos persistem e a busca não acaba nunca... Porque a criação é uma obra aberta, teatro é vivo e transforma-se a cada segundo...

Amanhã intensivo da Canção de Assis... Coisa boa, espetáculo que me emociona, elenco que... idem! Então é hora de dormir e me preparar para o dia de amanhã. À noite, de volta à direção de atores...

Vivendo e aprendendo com os processos meus e alheios... Côsa bem boa!

E feliz pela repercussão do First Post (dá-lhe loira... última nas pesquisas e primeira no ibope....rsss)...

gudináiti fór ól.

terça-feira, 20 de maio de 2008

First post...



Então... me enchi de impulso e aqui está criado o prometido blog.
Não que na enquete da Daia eu tenha sido um sucesso... nãninãninããã...
Foi isso sim um "ataque" em uma madrugada estranha.
Ainda estou descobrindo como postar , o que postar e por que fazê-lo...
Paciência, as coisas começam a fazer sentido aos poucos e os processos cognitivos das pessoas não são iguais nem na mesmo velocidade... um dia eu chego lá.
Ou não chego. Normal Também. Pode não fazer sentido nenhum para mim.
Mas este primeiro post quero dedicar a um amigo que me inspirou certo dia com um nome de blog que seria "irmão" do blog dele... Mas percebi com o tempo que aquele nome deve ter servido ou servirá para outro momento da minha vida. O dito amigo é o Marquito (Marcos Chaves), blogueiro do "Folhas ao Vento". E eu na época queria que meu blog se chamasse "Barcas ao Mar". Quem sabe né Marquito? Quem sabe numa hora dessas essa seja a minha expressão necessária e absoluta. ;)

Masss... não posso deixar de citar aqui também a madrinha do blog que não tem a menor idéia de que é minha madrinha, hahaha... Mas é a pessoa de quem eu primeiro escutei a expressão "até a página dois..." e que foi dita com uma propriedade sobre o assunto em questão! Essa pessoa, uma amiga que amo muito é a Larissa Sanguiné, que pouco entende de computador além de orkut's, email's e msn's, mas estou promovendo ela agora pra madrinha do blog, hehehe... que chique!!
Em resumo "até a página dois" se diz quando uma coisa é assim ou assada na primeira impressão, ou superficialmente, ou até que se prove o contrário. Ou seja, Uma primeira impressão ressabiada de quem provavelmente tem curiosidade de virar as páginas da vida, das coisas, das pessoas, das situações. Às vezes a vontade é até de virar do avesso.... mas isso já é assunto pra outro post... fico por aqui hoje, elocubrando e matutando o que virá depois...
...em suspensão...